A assembléia é uma forma de decisão participativa através de grupos de pessoas. A etimologia da palavra é do latim assimulare(juntar), trazendo uma noção de reunião de pessoas com ideias semelhantes, ou ainda de um mesmo grupo social.
É difícil precisar a sua origem mas certamente, encontraremos na Grécia clássica, diversas referências a essa forma de organização social e política. Era o caso por exemplo, da Bulé e da Eclésia.
Em nosso dia-a-dia, fazemos uso em diversas instâncias das assembléias. Elas inclusive, figuram o nome de alguns de nossos espaços políticos como as Assembléias Legislativas.
Sugestão de Atividade - Assembléia com as turmas
Ao final do trimestre escolar, resolvi propor em minhas turmas do Ensino Fundamental, uma assembléia para que pudéssemos avaliar o nosso trabalhos nesses três meses.
1ª Etapa - Apresentação
Trabalhar o conceito de assembléia. Trazer o histórico e explicar como a mesma funciona. Aqui, abre-se uma possibilidade imensa de debate acerca da democracia atual, os processos desigualdades sociais e a lógica de representação política partidária.
2ª Etapa - Pauta
Apresentar a pauta da assembléia. No nosso caso, trabalhamos os seguintes pontos:
- Avaliação da turma - a professora avalia a turma e os alunos comentam a fala;
- Avaliação das aulas - os alunos avaliam as aulas e a professora comenta as falas;
- Regimento - rever o regimento proposto na primeira semana de aula;
- Desejos para o próximo trimestre - os alunos escrevem em papéis aquilo que desejam para as nossas aulas.
3a Etapa - Realização da assembléia
Utilizei cerca de uma hora para a atividade, mas dependendo da discussão é possível flexibilizar para mais ou menos tempo.
*dica: para organização das falas, é interessante que algum aluno fique responsável pela organização das inscrições. Em nosso caso, contamos com a ajuda de estagiários de Prática de Ensino em História da Universidade Federal Fluminense - UFF.
Impressões
A proposta de assembléia foi trazida, no sentido de chamar os alunos à responsabilidade de nosso processo de ensino-aprendizagem. Brinco com eles, que sem eu ali, não há aula. Também se eu estiver sozinha, sem os alunos, a aula não acontece. É por isso, que valorizo junto às minhas turmas a noção de coletividade. Sem eximir-me de minhas responsabilidades e lugar de professora, mas flexibilizando a responsabilização total do professor em possíveis casos de dificuldades e fracassos. Ao permitir que os alunos participem dessa construção cotidiana e ao compartilhar as minhas angústias e dificuldades, sinto que nos aproximamos. Desse modo, em roda, somos todos, alunos-professores e sentimos, que por momentos, as paredes da escola se mostram apenas de forma imaginária.
Lembrei, assim, do Ubuntu (com essa imagem acima) Zulu, que traz a noção de que as parte individuais só existem pois estão inseridas num tudo. Ubuntu, eu sou porque nós somos!
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