Mitos da Criação - Contando histórias

O sexto ano inicia-se com a discussão acerca da origem do Homem, contrastando a explicação científica a partir da Teoria da Evolução de Charles Darwin e a Teoria Criacionista, sobretudo Cristã. Acho relevante trazer  mitos e lendas de criação que não circunscrevam somente as narrativas bíblicas. Mitos de povos indígenas e africanos são fundamentais para abrir outras problematizações sobre a nossa ancestralidade.

Na maioria das escolas há uma progressiva diminuição de atividades atreladas a arte ao longo das séries do Fundamental. O sexto ano é o início desse processo em que o aluno muitas vezes ingressa na pré-adolescência e é chamado a ter mais responsabilidades. Também é o período em que diminuem as atividades relacionadas a arte. É como se o universo artístico se relaciona-se com o universo infantil apenas. Assim, ouvir histórias contadas passa a ser cada vez mais raro ao longo do Ensino Fundamental, chegando muitas vezes a inexistência no Ensino Médio. Relevante é desconstruir essa relação de que só as crianças escutam histórias, trazendo a importância das tradições orais em diversas culturas e civilizações ao longo do tempo.

No dia de ontem, meus alunos ouviram o Mito Fon/ Ewé e o Mito Guarani da criação. Abaixo um trechinho de ambos:

Bolsista Leonardo Luz conta história para o sexto ano do COLUNI-UFF

"(...) Após criar o mundo, Nanã deu origem aos gêmeos a quem batizou de Mawu-Lisa e deu a eles a tarefa de criar o homem e povoar a Terra. Com a criação do par Mawu-Lisa, Nanã criou o equilílibrio do mundo e dos seres vivos. Mawu é o princípio feminino, a fertilidade, a suavidade, a compreensão, a ponderação, a reconciliação e o perdão. Lisa é o princípio masculino, o julgador, a impaciência, a força cósmica que castiga os homens errados e os corrige, a seriedade. Ele está sempre atento para que as leis de Mawu sejam cumpridas." (Mito de Mawu-Lisa, povo Fon/Ewé)

"(...) Um dia TUPÃ resolve criar a Mãe Terra que iria desenhar suas futuras formas: montanhas, lagos, rios e muitas outras coisas. Depois de criada a Terra precisava de alguém para continuar o trabalho da criação. Tupã é quem cuida das grandes coisas. Assim cria o primeiro ser quase humano chamado Tupã-mirim que significa pequeno criador. Quando Tupã-mirim surgiu não conseguia viver na Terra. Ele não tinha forma, ora parecia o ar, ora o vento, às vezes era alado e luminoso – parecendo um pássaro que nunca se havia visto no Universo. Tupã-mirim disse a Tupã “Não consigo viver na Terra, Tupã, é tudo muito estranho e me sinto infeliz!”. Tupã pede então que ele vá aos quatro cantos do mundo para buscar sabedoria." (Mito de Tupã-Mirim, povo Guarani)

Atividade sobre o Feudalismo-Período Feudal

Notícias Feudais - criando jornais ambientados no período Feudal

Essa atividade foi desenvolvida em busca de problematizar a questão de classe hoje em relação a sociedade baseada na servidão Feudal. Trabalhamos com os Jornais atuais e a forma como eles narram os fatos, sobretudo os relacionados às opressões sociais. É importante ressaltar o caráter de ponto de vista de cada veículo midiático, sejam os jornais impressos ou digitais.

Material:

Revistas e Jornais para recorte

Folha A4 ou papel pardo

1a Etapa

Essa etapa funciona como provocação crítica aos alunos.Dividir a turma em grupos. Cada um recebe uma notícia recente (optei por publicações do jornal Brasil de Fato entendendo-o enquanto veículo com viés contra-hegemônico, em contraponto com outros jornais mais populares) e debate em grupo a partir das seguintes questões geradoras:

• Sobre o que fala essa notícia?
• Qual a opinião de vocês acerca dessa notícia?

2a Etapa

Ainda em grupo, pedir que se imaginem enquanto jornalistas de um feudo, a partir desse exercício imaginário irão criar um jornal com título e manchete principal. Distribuir jornais e revistas para que recortem imagens para ilustrar suas notícias, pedir que intervenham sobre as imagens para caracterizá-las melhor segundo a temática feudal. 

3a Etapa

Expor todos os trabalhos e discutir cada uma das notíciais com a turma.

Alguns resultados:

 

Observação: É importante ressaltar que na época Medieval ainda não existia a prensa, tampouco a maioria da população sabia ler e escrever, nesse sentido é bacana trazer a discussão da Igreja X Conhecimento.

Sobre o tema, encontrei essa animação sobre a Prensa de Gutemberg.

A Cultura do Funk nas escolas - Batalha do Passinho

(Publicado originalmente em CIEDS.)


Por Ana Paula Santana

  "Expressividade cultural, disseminação da cultura Funk por meio de ferramentas pedagógicas, mistura de ritmos como samba e frevo e valorização da identidade individual e coletiva são alguns dos elementos que constituem o "Desafio do Passinho". O "'Desafio' é um concurso desenvolvido pelo gestor do projeto HUgo de Oliveira nas escolas localizadas no Complexo do São Carlos (Escola Municipal Catumbi, Estados Unidos e Canadá) que integram o projeto Bairro Educador, no Rio de Janeiro, que utiliza o ritmo do funk como forma de expressão corporal e sociocultura.
   As oficinas do "Desafio do Passinho" são executadas desde outubro do ano passado com o apoio dos professores de educação física, que além de trabalhar o movimento corporal do funk, também ensinar a história e origem da dança do passinho, mostrando para os estudante os principais precursores dessa coreografia, que tem como característica desmistificar a questão da sexualidade e da violência.
Através da uma articulação feita entre 
   A “Batalha”, que já está em sua segunda edição, é um concurso de dança que utiliza como coreografia o “passinho do menor da favela”, termo criado e conhecido popularmente por moradores das comunidades cariocas. A “Batalha” tem a mesma expressividade cultural do “Desafio do passinho”. Este ano a “Batalha do passinho” está envolvendo 16 comunidades pacificadas da Zona Norte e Zona Sul do Rio de Janeiro: Batan, Formiga, Cantagalo, Borel, Cidade de Deus, Complexo do Alemão, Jacarezinho, Macacos, Mangueira, Prazeres, Salgueiro, Providência, São Carlos, Tabajaras, Vila Cruzeiro e Vidigal.
   Para Hugo de Oliveira houve mudanças no comportamento de alguns estudantes após participarem das oficinas. Ele ressaltou que a comunidade escolar aceitou a ideia de trabalhar o Funk dentro das salas de aula.“Eles pesquisam sobre a movimentação corporal de outros meninos vendo vídeos na internet,  e isso é muito bacana. O passinho oportuniza o crescimento intelectual e corporal, rompendo barreiras e faz com que o jovem se aproprie da sua identidade  local  e conheça novas culturas”, ressaltou Hugo.
   A disputa final da “Batalha do passinho” será realizado no dia 28 de abril, no Parque de Madureira. A final contará com 16 candidatos selecionados pelo público, em votação aberta na internet, para concorrerem aos prêmios de 10 mil, 8 mil e 5 mil reais para os três primeiros colocados."
 As inscrições estão abertas e mais informações estão disponíveis em www.batalhadopassinho.com.br

Para saber mais sobre a Batalha do Passinho 2013, confira o vídeo:

Povos indígenas e Educação no Brasil

O tempo no mundo indígena era outro, para os Kayabi em Março era tempo de colheita de arroz, maio baixava o rio e com ele a Primavera chegava, Agosto era tempo de pescaria com timbó e em novembro havia coleta de castanhas. (Em: BOULOS, Alfredo. História, Sociedade e Cidade - 6o ano. Editora FTD. 2006) 

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Para saber mais sobre Educação Indígena:

Curso de Extensão - Introdução aos estudos africados e da diáspora

Ecos Antigos - a música no tempo de Jesus

Navegando pelo universo do Judaísmo Antigo encontrei essa pesquisa musical super interessante:

"Você alguma vez imaginou como era a música no tempo de Jesus? Baseados em anos de intenso estudo e pesquisa, Christopher Moroney e SAVAE[Sant Antonio Vocal Arts Ensemble] recriaram com brilhantismo e criatividade a música que Jesus pode ter ouvido nos templos e sinagogas do primeiro século. (...) A música foi recriada a partir de fragmentos de melodias Hebraicas, música Babilônico-Judaica e canções tradicionais que foram passadas através dos anos desde o tempo de Jesus." (Minha Tradução - Fonte: http://www.rakkav.com/biblemusic/pages/recordings/ancient.htm) 

Confira algumas das canções do álbum "Ancient Echoes".

Esse vídeo (em inglês) apresenta o SAVAE[Sant Antonio Vocal Arts Ensemble] e o processo de pesquisa musical, inclusive com a recriação e utilização de instrumentos antigos em seu trabalho.

A Mitologia Nórdica - Seres Elementais

Fico bastante animada quando posso trabalhar com as mitologias dos diferentes povos em minhas aulas, sempre que possível arrumo espaço para realizar contações de história com as temáticas estudadas ou propor atividades utilizando as lendas e histórias dos povos em questão. Agora, estou trabalhando com a temática da Invasão dos Povos Bárbaros nos territórios  romanos, para o 7o ano, e bolei uma atividade sobre a Mitologia Nórdica. O interessante dessas histórias é que muitos dos seres aí presentes ainda povoam o nosso imaginário de hoje em dia. Seja através do cinema ou dos contos de fada, é comum nos depararmos com sereias, dragões, duendes e fadas em algum momento de nossa existência. Realizei uma pequena pesquisa sobre o tema, que compartilho com vocês:

> Os seres elementais são responsáveis por equilibrar a energia da natureza  e nos ajudar na conexão com a grande mãe Gaia (Terra).

OS ELFOS – Elementais do ar

Os Elfos são criaturas da noite. Embora sejam capazes de voar, são seres originários da terra e das águas. Existem os Elfos da Luz, lembram espíritos, mas possuem ossos maleáveis – o que dava vantagem nas lutas que realizam. Foram se afastando  dos humanos à medida que esses começaram a destruir a natureza. Os Elfos da Escuridão são entidades maléficas, provocam pavores de morte quando atraem os humanos a participarem de suas danças noturnas para, em seguida levá-los à loucura ou ao óbito. Possuem cabelos claros, e belos rostos, vivem em uma região escura onde não há sol, nem lua, nem estrelas. Falam pouco, as mulheres gostam de tecer e bordar, podendo se tornar poderosas feiticeiras. Vivem em palácios encantados onde não há doenças ou morte. Os mortais que conseguem entrar em suas habitações encantadas, experimentam a sensação de felicidade eterna! Os móveis dos palácios são feitos de cristais e invisíveis aos olhos de humanos comuns.

FADAS – Elementais do ar

        As fadas são seres de luz que se transformam nas cintilações quando a luz do sol bate na água.  Elas são o meio pelo qual a alegria é transmitida dentro de um sistema ou de um ser físico. Sua alegria clara e cintilante é intensa e espontânea. Uma forma de perceber a presença das fadas é se você de repente sentir no ar um aroma de doce perfume. Vestem roupas com cores transparentes, seu corpo é feminino e possuem mãos alongadas. Algumas usam tocas parecidas com as dos magos e assim como eles possuem  varinhas mágicas para realizar seus fenômenos.  Vivem em florestas e bosques, costumam ser vistas próximas a belas flores com aromas adocicados, seu mundo é cheio de muitos mistérios e encantos.

DRAGÕES – Elementais da água

     Animais de grandes dimensões possuem aspectos de lagartos e serpentes, conseguem voar em alturas imensas. Associados à água, normalmente vivem nos mares, lagos profundos, tempestades, vulcões e nevoeiros. Podem ser encontrados em profundezas de cavernas subterrâneas. Possuem muito poder espiritual e não são necessariamente seres irracionais ou maléficos, possuem a justiça e o equilíbrio dentro de si. São capazes de compreender a fala humana e também dos animais, capazes assim de se comunicar com qualquer ser vivo.  Podem expelir diversos elementos pela boca como: gelo, fumaça, fogo, trovão, trevas, luz e caos.

SEREIAS – Elementais da água

                Representam as emoções, os sentimentos e a intuição, são muito apaixonantes e por isso perigosas. Apresentam-se com o corpo metade mulher e metade peixe, habitando os fundos dos mares e oceanos. Possuem vozes suaves e o seu canto é capaz de enfeitiçar qualquer um que as ouça. São famosas por enfeitiçar marinheiros e levá-los junto aos seus palácios para que se casem com elas. Também são capazes de enlouquecer e até levar à morte aqueles que ouvem suas canções. As sereis não são maléficas e sim levadas por seus sentimentos de amor e paixão, quando são rejeitadas por seus amores, choram tanto que espalham suas lágrimas por todos os oceanos, daí as suas águas serem salgadas.

GNOMOS – Elementais da terra

   A palavra “Gnomo” quer dizer “sabedoria”, eles possuem muitos conhecimentos ocultos da terra e sabem onde encontrar metais e pedras preciosas. Vivem em florestas e não gostam de contato com os humanos, são responsáveis por cuidar das plantas, das árvores e dos animais. Equilibram as energias das plantas e dos minerais. Não são de carne e osso como os humanos mas podem se materializar quando desejarem. Apresentam cabelos e barbas brancas que representam a sua sabedoria, sua aparência pode mudar de acordo com a região onde são encontrados pois tendem a ser parecidos com os habitantes das regiões onde habitam.

(Fonte: http://viagemaomundoencantadodasfadas.blogspot.com.br)

Canal das Video Aulas

Estava preparando minhas aulas para a próxima semana e encontrei O Canal das Video Aulas. É uma página do Youtube com materiais de diversas disciplinas, em História possui uma série de listas de reproduções com conteúdos diversos. Destaco a ótima série  As Grandes Civilizações e 500 anos: o Brasil Colônia na TV, ambos produzidos pela  TV Escola. Lembrando sempre que esses materiais não devem substituir as aulas do professor e sim auxiliar na fundamentação do conteúdo e conceitos à partir do audiovisual. Boa semana!

Especialização em Ensino de História e Ciências Sociais

A Universidade Federal Fluminense - UFF está com inscrições abertas para o processo seletivo da Especialização Latu Sensu em Ensino de História e Ciências Sociais. A seleção se constitui de prova escrita, entrevista e análise de currículo. Até dia 15/03/2013. Confira mais no Edital.