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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Trabalho com entrevistas sobre Movimentos Sociais - Prof. Pedro Henrique Castro

O professor de História do Colégio Pensi em Niterói/RJ, Pedro Henrique Castro, resolveu trabalhar questões relativas aos movimentos sociais e opressões, propondo a seguinte atividade: produzir um video com alunos do Ensino Médio a partir de entrevistas diversas. 

Segundo Pedro Henrique, a atividade consistiu em:

"Propus um trabalho à turma. Divididos em grupos, deveriam entrevistar alguém ligado ao movimento negro e/ou ao movimento feminista. Dessa forma, aprenderiam com os verdadeiras(os) sujeitas(os) desses movimentos, as(os) militantes da causa.
É pouco, mas fiquei muito feliz com o resultado.

Tão feliz que pretendo repetir a atividade no próximo ano, com um acréscimo. No ano vindouro, teremos entrevistas com o movimento negro, feminista e LGBT. Dessa vez o último será incluído, quer esteja no cronograma ou não.
Aproveito para fazer um convite. Você milita ou está envolvido com uma das três causas acima citadas? Gostaria de ser entrevistado? Então mencione seu interesse! Uma das maiores dificuldades é conseguir gente suficiente para as entrevistas.

Eu posto aqui esse vídeo, que contêm os melhores momentos das entrevistas. É minha singela homenagem aos entrevistadas(os) e entrevistadoras(es). O que eu vejo nesse vídeo são pessoas incríveis. De um lado, indivíduos engajadas(os) e demandantes, com desejo de mudança; de outro, estudantes interessadas(os) e motivadas(os), que mantêm minha esperança em um futuro mais tolerante, interessados em conhecimento no sentido mais amplo, no sentido que só a experiência pode transmitir.

Por um Brasil que respeite seus direitos civis e sociais,

Obrigado!" 


Confira o video desse excelente trabalho:


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Uma escola livre em "De frente para o elefante"


Rubem Alves, renomado educador, costumava dizer que existem escolas que são gaiolas e outras que são asas. “De frente para o elefante”, exibido no Festival Internacional de Cinema do Rio desse ano, acompanha a trajetória do primeiro ano da Teddy McArdle Free School, justamente uma escola que se pretende asas. Nela, todos os dias, seus poucos mais de 10 alunos, o diretor Christian e outros colaboradores decidem, através de assembleias, o que querem e como querem fazer. Esse, talvez tenha sido o sonho de muitos de nós em fase escolar, afinal quem nunca se imaginou em uma escola livre, em que a maior parte do tempo se parecesse mais com o recreio e menos com a sala de aula? 
A escola que a maioria das pessoas conhece, ao menos no Ocidente, é de origem burguesa - século XIX - e firmada em bases tradicionais. Ou seja, dentre as várias possibilidades, é bem mais fácil encontrar uma escola com o poder hierárquico definido, carteiras enfileiradas, um quadro negro ou branco na parede, alunos sentados e professor ministrando suas aulas lá na frente. Temos ainda os deveres de casa, a chamada, exercícios do livro didático e mais um monte coisas que certamente você e muitas pessoas vivenciaram em sua trajetória escolar. Já de muito tempo, as bases da escola tradicional vêm sendo questionadas. Nesse contexto, surgem movimentos baseados em pedagogas alternativas a ela, com destaque para o movimento da Escola Nova, que ganhou força nas primeiras décadas do século XX. Sua perspectiva central era de que uma vivência educativa livre, formaria cidadãos mais solidários e capazes de lutar contra as desigualdades.
         É justamente essa a premissa da Teddy McArdle Free School, sediada em Nova Jersey – EUA e acompanhada em seu primeiro ano pela diretora de cinema Amanda Rose Wilder. Para tanto, ela opta por um formato clássico no cinema documentário, em que participa como uma espécie de testemunha ocular dos processos ali vividos. A fotografia acerta no preto e branco, fazendo certo contraste com o colorido de um universo infantil em constante expansão. Entre os diversos alunos, a doce Lucy antagoniza com o agressivo e esperto Jiovanni, evidenciando que mesmo em universo com maior liberdade, há uma complexidade humana imensa.
Eu, como professora, confesso ter ficado extasiada com as potencialidades apresentadas numa escola em que boa parte das decisões se dão conjuntamente, através de assembleias. Tudo(ou quase) passa por todos, da definição do que se irá aprender no dia, normas de condutas e diversas outras decisões. Mas, se o filme nos seduz, inicialmente, com a possibilidade quase ideal de se vivenciar a liberdade na escola, traz outras perspectivas quando escancara as inúmeras dificuldades enfrentadas pelos habitantes daquela instituição. Algumas delas, muito comuns nas chamadas escolas tradicionais. Nesse ponto, a montagem é extremamente feliz pois brinca justamente com a forma como idealizamos os diversos processos de nossas vivências.
            “De frente para o elefante” permite o reconhecimento de que crianças são seres capazes de construir uma série de sentidos e opiniões sobre o mundo e que sim, precisam ser reconhecidas enquanto produtoras de saber. Outro ponto fundamental é o de nos provocar a pensar no que de fato é a liberdade e em que medida a experiência democrática total é possível.


         Certa vez, li a definição de “escola”, feita por uma menina de 5 anos de idade e que dizia o seguinte: escola é um lugar com mesas e cadeiras chatas. Penso que a escola ideal é a que construímos continuamente, num processo de reconhecimento da complexidade do outro e da liberdade enquanto experimentação. Nesse caminho, pode haver lugar para muitas coisas como: o quadro negro, as salas de aula sem paredes, os exercícios do livro, as brincadeiras, sonhos e outras possibilidades sem fim. Sempre que posso, imagino uma escola e também um mundo em que as coisas sejam um pouco menos chatas e mais fáceis de se transformar! Esse exercício, é sem fim, assim como a a tão sonhada liberdade.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Mulheres na História - Reino Cuxe / Cuxitas - Sugestão de Atividade

Mulheres na História

Objetivo: Trabalhar com o conceito de matriarcado na África, tecendo paralelos com a questão da mulher hoje. Relativizar o conceito naturalizado de patriarcado e dominação masculina.


1ª Etapa - em sala

  • Discutir a História do Reino Cuxe, com destaque para as Candaces(Rainhas-Mães) e a alternância de poder entre homens e mulheres nesse povo.
  • Discutir a questão da mulher hoje, machismo e opressão. É possível trazer dados importantes, relativos à violência doméstica e discrepância de salários entre homens/mulheres. 


2ªa Etapa - na sala de informática (ou para casa)

  • Cada aluno irá escolher uma mulher importante para a História e fazer uma breve biografia sobre ela.

3ª Etapa - mural

  • Montar, junto com a turma, um mural com as biografias e discutir as personagens que surgiram e qual a sua importância para escrevermos uma História mais plural.


A seguir, algumas fotos do trabalho desenvolvido com a turma de 6ºano do COLUNI/UFF.
Como personagens, foram escolhidas, entre outras: Rita Lee, Clementina de Jesus, Olga Benário, Leila Diniz, Dilma Rouseff, Anne Frank, Maria Padilha.




*Na nossa turma, uma das alunas resolveu trazer como personagem a sua tia, a primeira taxista mulher de Nova Friburgo/RJ. Confira a sua breve biografia, abaixo, escrita pela Anna Julia e Ana Brasil.


Quéren dos Santos Constantino - 1ª taxista mulher de Nova Friburgo/RJ


Nascida dia 23 de outubro de 1981 , em uma sexta-feira . Ela tem uma irmã chamada Quézia 1 ano mais velha . Seu pai era taxista e sua mãe dona de casa . Alguns anos depois seu pai morreu e sua mãe teve uma doença chamada : esclerose lateral amiotrófica . E para conseguir dinheiro necessário para ajudar nos gastos da família , começou a trabalhar como taxista e com isso conseguiu ser a primeira taxista MULHER de Nova Friburgo . Porém ser taxista mulher naquela época era muito perigoso , seu pai faleceu enquanto trabalhava  . Hoje em dia Quéren mora em Rio das Ostras , tem uma filha de 3 anos chamada Maria Cecília e é casada com Márcio Constantino .

Grupo : Ana Brasil da Silveira e Anna Júlia dos Santos Dias
Turma : 601 . ( Fonte : Entrevista com a família )

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

poema para a Maré



no caminho da escola havia uma flor 
e dentro dela muitas outras.
brotava do meio do asfalto, 
quente.
mas era apenas uma flor, 
numa Maré cheia de espinhos.
dos mais afiados, machucavam quem passasse por perto.
naquela imensidão, 
em meio ao passado em palafita, me abaixei
pequenininha
e sonhei a paz, não como a parte boa da violência
mas a conquista 
de um canteiro nosso e a afirmação em flor!






Pacificação para quem?

Fonte: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/fotos/alunos-de-escola-na-mare-deitam-no-chao-para-se-proteger-durante-tiroteio-veja-fotos-03112014