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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Filme "Cores e Botas" - discutindo o Racismo em sala de aula

Semanas atrás, circulou em postagens do Facebook a seguinte imagem:


Para quem viveu os anos 80 como eu, ser paquita era a vontade de muitas meninas durante a infância e adolescência. Eu não era lá muito fã da Xuxa mas consigo lembrar da comoção causada pelos programas e pela possibilidade de ser paquita. Existiam os tais concursos e era uma loucura, várias meninas ensaiando, dando gritinhos e enfrentando filas imensas em busca desse sonho.
Acontece, que havia um padrão estético para alçar a posição de assistente de palco da apresentadora, ser loira e de preferência de olhos claros. Ora, pensemos na diversidade étnico-racial do Brasil, definitivamente não será esse o padrão estético visto pelas ruas do país. Assim, o programa da Xuxa foi durante muitos anos, um espaço massivo de legitimidade do ideal de beleza e valores brancos no país. Para nós, meninas não brancas, sobrava a possibilidade de buscar uma identificação com a Mara Maravilha (meu caso) ou abandonar com infelicidade e resignação a possibilidade de ser paquita. 
É justamente disso que trata o curta-metragem "Cores e Botas", trazendo a história de Joana, uma menina negra que queria ser paquita. Levei esse filme para a sala de aula para discutirmos a questão do racismo e as naturalizações presente no discurso de muitas pessoas. Trouxemos o exemplo do chamado "cabelo ruim" e dos padrões estéticos presentes no programa "Malhação" da Rede Globo.




PS: Muitos alunos não sabiam quem foram as paquitas! 



*Falando do programa da Xuxa como espaço de legitimação dos ideais branco-colonialistas, deixo esse vídeo constrangedor da música "Brincar de Índio". Fica a reflexão que pode se estender para a questão midiática como um todo.





segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU - ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUAGENS ARTÍSTICAS, CULTURA E EDUCAÇÃO

Estão abertas as inscrições para a Pós-Graduações Latu-Sensu - especialização em Linguagens Artísticas, Cultura e Educação do IFRJ - Campus de Nilópolis. Confira o edital http://www.ifrj.edu.br/webfm_send/5495

Uma série de outra especializações, em campus diversos, também estão com inscrições abertas.  Para mais --> http://www.ifrj.edu.br/node/110

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Professor e a mediação de conflitos em sala de aula

Ontem, li o post "Não fique calmo. Sobre racismo na infância."  no Blogueiras Negras e fiquei pensando em como nós professores, presenciamos cotidianamente práticas de racismo na escola. 

Pensando nisso, me fiz uma questão, qual o papel do professor em sala de aula?
Com meus alunos, costumo brincar com a seguinte ideia: o conteúdo   da disciplina a ser trabalhada é o chão por onde caminhamos, a forma e o que acontece nessa caminhar , integram o processo que chamamos de educar. Desse modo, o professor deve ter em mente que não está ali apenas para transmitir o conhecimento ao aluno. Para alguns, pode parecer antiquado retomar a discussão que Paulo Freire já realizava na década de 1970, mas a "educação bancária" continua a efetivar-se. Diversos debates buscam compreender a atual crise da educação, pesquisadores se lançam a pensar a carreira docente, as políticas públicas, a didática, o currículo, entre outras esferas. Mais do que os debates acadêmicos é preciso retomar uma palavra fundamental para pensarmos a educação: sensibilidade. Ao retoma-la, falo do processo fundamental ao educar que é o da troca humana. Sensibilidade é, portanto, estar aberto para esse outro tão diverso e plural. Afinal, em tempos de coisificação humana é preciso lembrar o que parece óbvio, somos GENTE. A educação está em movimento porque nós estamos em movimento, exercitar a alteridade é se permitir adentrar o diferente que habita em tantos corpos e olhares, em tantas escolas e suas salas de aula.
Ser professor é difícil? É! Porque o ser humano é complexo. "Ah, mas as péssimas condições de trabalho fazem piorar tudo." Claro que fazem, mas ainda que tivéssemos a melhor estrutura de trabalho, ainda haveria muita complexidade. Ao ignorarmos essa nossa característica, acabamos por promover diversas manutenções de desigualdades e opressões. Nesse sentido, trago a perspectiva de que o professor deveria se perceber também enquanto mediador de conflitos. E não falo de apartar brigas e sim de assumir que a escola apresenta os diversos conflitos presentes em nossa sociedade. Normalmente, cabe aos professores das ciências humanas travar as discussões sobre os preconceitos diversos, como se o problema fosse uma questão de conteúdo e não de prática. Quantos professores silenciam-se e ausentam-se ao ouvir e presenciar práticas diversas de racismo, homofobia, machismo, bullying, entre outras agressões. Não defendo que o professor seja responsabilizado por essa esfera e sim, que haja uma conscientização da comunidade escolar de que o processo formativo é muito maior do que os conteúdos programáticos.
Lembro, que o silêncio do professor frente a diversas práticas pode justamente legitima-las junto ao alunos. Sabe aquele famoso "Quem cala, consente!"? É claro que o professor não dará conta de mediar a diversidade de conflitos presentes em sala de aula, mas há que se precebê-los ao menos. Certos silêncios, falam mais do que qualquer palavra!



sábado, 14 de setembro de 2013

Formação dos Estados Nacionais (Portugal e Espanha) - Sugestão de atividade

Essa atividade trabalha com um brincadeira conhecida por todos e divertida para todas as idades, o telefone sem fio. 

Etapa 1
Iniciei a aula de forma mais expositiva, pedi ainda que os alunos lessem alguns trechos sobre o tema da formação das Monarquias Ibéricas em seus livros didáticos. 

Etapa 2
Em seguida, fizemos um grande círculo e apresentei a brincadeira. Falava as frases, sobre a temática estudada , no ouvido de um dos alunos que seguia até o final. As frases eram propositalmente grandes para brincar com os significados possíveis. Algumas das frases:

> A centralização política de Portugal e Espanha se relaciona com a Guerra de Reconquista.
> Os mouros invadiram e dominaram a Península Ibérica.

Na medida em que a brincadeira segue, surgem as risadas e é interessante articular as transformações das palavras com o tema estudado. Assim, o que era mouro virou manga, o que era Espanha virou Estados Unidos e outras novas palavras surgiram. Em meio às risadas, buscava retomar cada uma das frases e contextualizar a discussão. 

Ao final, houve até pedido de quero mais!
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PS: Deixo o link de uma video arte da artista Letícia Parente que trabalha exatamente com o telefone sem fio: http://www.leticiaparente.net/frame_video_telefonesemfio.htm


China - filme "O reino proibido

Trabalhando a história da China medieval, busquei filmes que pudessem motivar os alunos do 7o ano. Assim, encontrei o filme "O reino proibido" de 2008. Nele, duas estrelas dos filmes de kung fu, Jackie Chan e Jet Li se envolvem em aventuras junto a um adolescente que viaja no tempo. O filme é bem fantástico e os alunos gostaram bastante. Acho interessante a diversidade de paisagens presentes ao longa da história, a fotografia é muito bonita! 


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Japão Medieval


Ao abordar a história do Japão, enfatizei a perspectiva de aproximações entre o Shogunato no Japão Medieval e o Feudalismo na Europa. 

Forma dominante de governo no Japão Medieval, o Shogunato japonês perdurou por cerca de sete séculos e encerra-se com a abertura do país na chamada Era Meiji no séc. XIX. O Shogunato era a forma de governo em que os Samurais ocupavam o poder marcado por certa fragmentação e enfraquecimento da figura do rei.  O último clã Samurai a dominar a política do Japão foi o Togugawa, retratado no filme "O último samurai" de 2003.

Abaixo, algumas referências sobre a história do Japão em links de video e bibliografia textual:


Grandes Civilizações - Japão / Produzido pelo TV Escola






Aqui pode - Escolas Japonesas / Esse interessante canal de vídeos é desenvolvido por dois jovens brasileiros que moram no Japão. Nesse video, um deles apresenta as características das escolas japonesas, tecendo algumas comparações com as escolas do Brasil




Filme "O último samurai" de 2003




Livro "Pequena História do Japão" de José Yamashiro, disponível gratuitamente em pdf: http://www.imigrantesjaponeses.com.br/Pequena%20Historia%20do%20Japao.pdf

Estive ausente por um aqui mas nesse meio tempo desenvolvi algumas atividades interessantes na escola onde leciono. Aos poucos vou atualizando o blog. 

Por ora, gostaria de falar um pouco sobre a carência da História do Oriente no conteúdo do ensino fundamental (ainda que o sexto ano contemple algumas discussões a partir da História Antiga). Se com a lei 10.639/03 há algumas mudanças quanto a presença do ensino de África em escolas brasileiras, o mesmo não acontece com a temática relativa ao oriente. É claro que encontramos problemas diversos como a pequena quantidade de tempos de história nas grades curriculares, entre outros problemas. No entanto, me parece que a lógica eurocentrista no ensino de história vem mudando muito lentamente nas últimas décadas.
Ao trabalhar com o contexto do Feudalismo, Renascimento Comercial e Grandes Navegações, senti falta de trabalhar um pouco mais com  o contexto Japonês e Chinês em confluência com a Europa. Nas próximas postagens, apresento algumas sugestões de atividades sobre Japão e China.